1 de julho de 2010

Os brasileiros estão bebendo mais!


O salário não aumenta, o seu time não ganha, a patroa te mandou dormir no sofá, seu chefe só reclama e você afoga as mágoas bebendo. Acertei? Você não está sozinho!

O Ministério da Saúde divulgou uma pesquisa afirmando que quase um quinto dos brasileiros exagera nas bebidas alcoólicas. Segundo o levantamento, no ano passado 28,8% dos homens e 10,4% das mulheres beberam demais. Considerando o índice para a população masculina, os brasileiros beberam mais do que os chilenos (17%), os norte-americanos (15,7%) e os argentinos (14%) em 2009.

A pesquisa foi feita por telefone com 54 mil adultos. Desses, 18,9% afirmaram ter bebido cinco ou mais doses na mesma ocasião no período de um mês, no caso dos homens, ou quatro ou mais doses, no caso das mulheres. Essa quantidade é considerada excessiva pelo Ministério.

“Esse nível de consumo de bebida é bastante elevado e preocupante, pois é fator de risco para acidentes de trânsito, violência e doenças. Mas nem sempre isso é lembrado porque o álcool está presente na cultura brasileira, associado ao lazer e à celebração”, afirma a coordenadora de Vigilância de Agravos e Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde, Deborah Malta, em nota divulgada à imprensa.

Outra pesquisa sobre o mesmo assunto foi realizada pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e será publicada na Revista Brasileira de Psiquiatria. Segundo a Unifesp, que entrevistou 2.346 pessoas em 142 cidades brasileiras entre 2005 e 2006, 48% dos brasileiros costuma beber álcool e 28% dos entrevistados admitiram tomar cinco ou mais doses por vez durante os últimos 12 meses: intervalo de tempo mais longo do que o pesquisado pelo Ministério da Saúde.

O psiquiatra Ronaldo Laranjeira, coordenador do Uniaid (Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas) da Unifesp, ainda alerta para a questão do fato da maior parte do consumo de álcool no Brasil ser realizado fora de casa, aumentando o risco de problemas como atropelamento, motoristas alcoolizados, violência e homicídios.

Homens bebem mais que as mulheres: 40% deles são adeptos do “binge drinking” (beber muito em um período curto de tempo) contra 18% das mulheres. Além disso, o estudo apontou que 3% da população brasileira adulta bebe álcool de forma abusiva (mais de 2 doses diárias) e 9% se revelaram dependentes.

A solução sugerida pela Unifesp é o aumento dos impostos sobre bebidas alcoólicas, e o direcionamento do que for recolhido para clínicas de reabilitação. Ninguém é contra beber com moderação, mas exagerar na bebida pode dar gastrite e hipertensão, sem falar nos acidentes.

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