15 de junho de 2011
Brasileiro do golfe ganha atenção por 2016 e encara desafio da vida no US Open
O brasileiro Alexandre Rocha quase desistiu da vida no golfe no ano passado, cansado da rotina de viagens pelo mundo em torneios de médio porte, à espera de uma grande chance. Mas depois da inclusão de seu esporte no programa da Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro, o jogador paulista ganhou uma nova motivação e viu a carreira engrenar. Nesta semana, disputa o torneio mais importante de sua vida.
PERFIL DO BRASILEIRO
Nascimento: 21/11/1977
Biotipo: 1,83 cm e 79 kg
Carreira: Profissional desde 2000
Onde começou: Sao Fernando Golf Club, em Cotia/SP
Aos 33 anos, o atleta paulista disputa a partir de quinta-feira o US Open, um dos quatro torneios mais importantes do golfe mundial, que conta com as grandes feras dos tacos. O brasileiro também conseguiu neste ano ingressar no PGA Tour, o mais prestigioso circuito de seu esporte, e viu a atenção de colegas e mídia sobre seu nome aumentar, principalmente em razão da volta da modalidade ao universo olímpico.
O US Open será disputado entre 16 a 19 de junho, com US$ 7,5 milhões em prêmios, no Congressional Country Club, em Washington. Antes de Alexandre Rocha, apenas um golfista brasileiro havia disputado o circuito PGA, o carioca Jaime Gonzalez, do final da década de 70 até 1982.
Confira abaixo a entrevista com Alexandre Rocha, que fala da expectativa da disputa do US Open e do desejo de atuar como divulgador do esporte no Brasil antes dos Jogos de 2016 no Rio.
REVISTAAGACÊ: Você é o primeiro brasileiro no PGA em quase três décadas. Como os grandes nomes do circuito americano veem a presença de um brasileiro entre eles, como você tem sido tratado?
Alexandre Rocha: Com o retorno do golfe às Olimpíadas marcado para o Rio de Janeiro em 2016, o fato de eu ser brasileiro tem chamado muito a atenção não só dos jogadores, mas também da mídia. Tenho sido muito bem recepcionado. Geralmente os jogadores têm muita curiosidade em relação ao país e, claro, todos querem disputar os Jogos Olímpicos. Em relação à imprensa, já apareci em diversas reportagens, que mostram como o golfe está se expandindo mundialmente.
REVISTAAGACÊ: Qual a sua expectativa para a disputa do US Open e o que o fato de jogar este torneio representa para a sua carreira?
Alexandre Rocha: Esse é, sem dúvidas, o torneio de maior peso que já disputei. As seletivas são tão difíceis quanto a classificatória para o PGA Tour, pois reúnem mais de 8 mil jogadores, entre eles golfistas que já foram campeões de diversos torneios e que como eu já disputam o PGA Tour. A expectativa de todo jogador que disputa um torneio desse nível é primeiro passar o corte e chegar às finais, para daí brigar pelo título. Espero jogar um golfe de qualidade como o que joguei na seletiva final.
TRICAMPEÃO
Ídolo americano Tiger Woods conquistou o US Open em três oportunidades: 2000, 2002 e 2008
REVISTAAGACÊ:: É verdade que você cogitou deixar a carreira no ano passado? E o que o fez retomar o foco?
Alexandre Rocha: A vida de um golfista profissional é muito cansativa, tanto do ponto físico quanto emocional. Disputei torneios do European Tour e Challenge Tour [que dá acesso ao circuito principal] de 2006 a 2009. Eram etapas não só na Europa, mas África, Oriente Médio e Ásia. Minha residência era em Orlando, nos EUA, então eu passava muito tempo viajando, longe da família. Quando vi, estava há quase 10 anos jogando como profissional e estava sem o meu cartão de acesso ao European Tour ou a outro grande circuito. Cheguei sim a pensar em abandonar a carreira em 2009 e focar em outros negócios ligados ao golfe, mas o tão aguardado retorno do esporte para as Olimpíadas acontecer no Rio de Janeiro era o incentivo que faltava. E foi um bom incentivo, pois de lá para cá entrei para o PGA Tour e agora me classifiquei para o US Open. E tenho certeza de que isso é só o começo, pois sei que nível técnico eu tenho, só me falta ainda um pouco mais de experiência, que tenho adquirido a cada semana.
REVISTAAGACÊ: Você pensa em atuar como uma espécie de divulgador do golfe no Brasil, em razão do ingresso da modalidade no programa olímpico de 2016?
Alexandre Rocha: Vou vestir com muita honra a camisa do desenvolvimento do golfe no Brasil, mas é algo que não depende só de mim. Farei o melhor que puder. Representar o Brasil no PGA sem dúvida é um grande passo. Mas preciso da ajuda da Confederação Brasileira de Golfe, das federações locais e de pessoas que tenham a mesma visão que eu tenho. A parte que eu posso fazer é de exposição, é chamar a atenção das pessoas. Mas cabe aos dirigentes fazer um plano e desenvolver projetos que incluam o desenvolvimento de todas as categorias.
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